Hoje, limpando meu quartinho simples, de moça singela, encontrei algumas fotos que me levaram às lágrimas. Lembrei do tempo difícil que passei enquanto fazia faculdade de Comunicação em Belo Horizonte. Sofri grandes dificuldades, mas nunca me vendi ou prostitui. Sempre tive uma vida digna de moça decente, sempre honrei o sobrenome da minha família tradicionalíssima de Minas Gerais.
Mas no primeiro tropeço, quase pus tudo a perder. Passando por privaçoes e desgostos amorosos, fui convidada pelo meu primo Bruno a passar o carnaval no Rio de Janeiro. Meu primo Bruno S. fazia faculdade de publicidade na época, fui de carona pois estava desprovida de recursos. Saimos na primeira noite de desfile das escolas de samba e eu ingênua aceitei a bebida que Bru me oferecia tão gentilmente. Estava batizada, enlouqueci, num ato vergonhoso que me arranca lágrimas de arrependimento até os dias de hoje, arranquei minha roupa íntima e joguei em direção à bateria na Mangueira. Depois enlouquecida e possuída pelo espírito da devassidão subi no camarote do então presidente Itamar Franco. Um fotógrafo nos clicou e surgiu a foto que chocou a sociedade valadarense, mineira, brasileira e sulamericana. Minha família me baniu. Foi muito triste.
O estrago estava feito, para ser perdoada fiz voto de castidade até os 42 anos de idade. No fundo nunca me perdoei. Eis a foto Infame:
Cheguei à conclusão que a vida daquele rapaz, o Renato Rocha, ex-Legião Urbana tem tudo a ver com a minha. Vidas dilaceradas pela bebida alcóolica, ambos banidos por quem amávamos. Mesmo que eu nunca mais tenha colocado uma gota de álcool na boca.
Lágrimas estilosas e relevantes rolam pela minha face.
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