Filme A MULHER INVISÍVEL
No filme escrito, produzido e dirigido por Claudio Torres (do bacana Redentor), acompanhamos Pedro (Selton Mello), um romântico fervoroso que entra em depressão após ser abandonado pela esposa. Sua sorte muda quando Amanda (Luana Piovani), a mulher mais espetacular do mundo, bate à sua porta: ela é deliciosa, inteligente, gosta de futebol, não tem ciúmes e transa feito uma deusa. O único defeito da moçoila é não existir.
Eu costumo torcer o nariz para filmes “made-by-Globo”; produções (em sua maioria, comédias) que trazem os vícios estéticos da tevê para a tela grande. Em A Mulher Invisívelnão é diferente: os closes em excesso estão lá, a direção de arte é típica das séries globais e o uso do espaço em cena é pouco aproveitado. Em contrapartida, o diretor Claudio Torres utiliza a trilha sonora de forma muito interessante, abusando da percussão e de sons lúdicos, conferindo a produção um clima de fantasia, o que faz toda a diferença para abraçarmos a história.
No entanto, o grande destaque do filme não é nenhuma técnica ou recurso visual. É gente. É Selton Mello. O talentoso ator, que sempre mostrou dom para a comédia (vide O Auto da Compadecida, Os Aspones), faz um Pedro hilário, que abusa da expressão corporal para arrancar risos da plateia, como na sequência em que Carlos (o ótimo Vladimir Brichta), seu melhor amigo, o segue até descobrir que Amanda não existe. Outro destaque do elenco é Fernanda Torres que, em participação especial, rouba a cena sempre que aparece.
No fim das contas, talvez o que mais me incomode em A Mulher Invisível seja seu roteiro, que perde força no terceiro ato, prolongando as – muitas – reviravoltas a ponto de causar impaciência no espectador. Se fosse mais curto, marcaria um golaço (nas duas vezes em que o vi, achei que deveria acabar na cena da banheira; preste atenção). Ainda assim, é uma comédia nacional acima da média, com bom elenco, despretensiosa, romântica e divertidíssima.
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