sexta-feira, 29 de junho de 2012

Sobre o real


Um dia, aos treze anos, René teve uma epifania. Ele estava sentado em uma cadeira dura, olhos fixos no herói de identidade oculta, gritos e risos dos outros guris atrapalhando a ação perigosa na tela de cinema. E se todos os homens e mulheres não forem mais que uma multidão de mascarados, uma gente da qual nunca se conhece a verdadeira identidade? René guardou aquele segredo como uma revelação divina por anos e anos. Mas ao se reinventar como Magritte e colocar em sua arte as tais máscaras, já não mais acreditava que sua hipótese fosse novidade para qualquer um dos que lhe diziam surrealista...
(Robertson Frizero Barros)

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